SILVIO RODRIGUES 39 ANOS DE HISTÓRIA NA CULTURA
Silvio Rodrigues nasceu na cidade de Pato Branco no
dia 14 de dezembro de 1969. Filho de Waldomiro e Maria Rodrigues, casado com
Elizandra Schnaider Sagaz, pai de Chrislaine Mayara Rodrigues e avô de Davi
Rodrigues. Silvio é professor de música, regente de coral especializado em
musicalização infantil, ator e diretor de teatro, sonoplasta, operador de áudio
e iluminação, promotor de eventos, músico e cantor, já foi professor de danças
tradicionalistas e ministrou curso de oratória.
Seu Waldomiro Rodrigues e seu irmão eram músicos,
ele tocava violão em festas, aos 12 anos Silvio começou acompanhar o pai. Ele
conta que seu Waldomiro flagrou o filho mexendo no violão e perguntou se Silvio
queria aprender a tocar. Porém antes de ensinar o filho a tocar seu Waldomiro
ensinou afinar o instrumento. “Depois de aprender afiar ele me ensinou a tocar,
ele tocava de ouvido e me ensinou da mesma forma, não sabia nada de notas
musicais, mas aprendi tocar”, diz Silvio.
Na época da escola a família se mudou para a cidade
de Chopinzinho e Silvio era um menino muito tímido e ficava atrás do coral,
começou a fazer parte do coral da Igreja e tocava violão fazendo o
acompanhamento dos cantos. Numa ocasião a vocalista do coral se ausentou e uma
das freiras responsáveis pelo coral convidou Silvio para cantar. A Irmã
Franciscana não fazia ideia se ele sabia cantar, mas pediu que ele desse início
na música ‘Luar do Sertão’. Depois desta apresentação ele cantava sempre e veio
para a parte da frente.
Sempre envolvido na Igreja e na escola Silvio
ajudava nas apresentações artísticas. Ele e os amigos montaram uma banda de
garagem que se inspirava nos Titãs, na banda ele era guitarrista, mas percebeu
que não era a mesma coisa que tocar violão. Logo depois ele começou a tocar
para acompanhar um gaiteiro, então sentiu que precisava fazer aulas com
professor particular, para aprender tocar por notas. O professor ensinava
sertanejo e quando parou de dar aulas o aluno Silvio foi substituí-lo, ele
havia se aperfeiçoado e aprendido outros estilos musicais.
“Nesta mesma época eu era da invernada artística do
(Centro de Tradições Gaúchas) ‘CTG Laços da Amizade’, eu me apresentava na
dança e comecei me apresentar cantando e tocando, tive que parar de dançar. A
primeira competição que disputei defendi a música nativista ‘guri’ e fiquei em
primeiro lugar, desde então participei de mais de 40 festivais e conquistei
inúmeros prêmios desde primeiro ate oitavo colocado”, conta Silvio.
Paralelo a isso ele fez um curso intensivo de teatro
e conheceu Vilmar Mazzetto. Ele já fazia apresentações na escola e agora se
tornava profissional, o curso também habilitava na parte de iluminação,
maquiagem artística, sonoplastia, além de atuação e direção. A partir de então
ele foi fazer parte do grupo de teatro América e de grupos de São João e Pato
Branco. Se apresentou com a peça teatral ‘João e o Pé de Feijão’. “Naquela
época o teatro era muito forte e muito discriminado. Eu procurava aproveitar
todas as oportunidades extras que a escola proporcionava, tinha todos os
horários comprometidos me dedicava muito a cada um deles”, enfatiza o artista.
Algum tempo depois Silvio começou a ser convidado
para participar do júri nos festivais de música e trabalhava como músico
freelancer em bandas fazendo guitarra e vocal. Sua filha Chrislaine começou a
participar de festivais, os que ela não se apresentava acompanhava o pai que ia
participar do júri. Sempre muito acelerado e fazendo atividades de diversas
áreas ele trabalhava na Igreja e era ministro da Eucaristia e catequista. Depois do primeiro casamento e nascimento da filha, a
família se mudou para Planalto e ele assumiu um comercio da família e
trabalhava numa rádio, só tocava em casamentos.
Depois Silvio foi trabalhar no Departamento de
Cultura de Planalto e desenvolver teatro, música e canto. Quando se divorciou
voltou para Chopinzinho e reencontrou Mazzetto, que convidou Silvio para fazer
parte da Thespis e morar em Marmeleiro. Além das atividades de teatro ele
acompanhava Mazzetto nas palestras e oficinas que Vilmar ministrava fazendo a
parte de sonorização no início e logo estava nos palcos atuando como ator em
várias peças da Companhia.
Quando Vilmar assumiu a Cultura em Marmeleiro
convidou Silvio para trabalhar nas oficinas de violão. Foi lá que ele conheceu
a esposa Elizandra e começaram a namorar. Depois de 8 anos trabalhando em
Marmeleiro, quando Mazzetto assumiu a cultura em Renascença, convidou Silvio
para trabalhar como técnico de som do teatro da cidade e dar aulas de violão e
coral.
Elizandra estudava em Francisco Beltrão e se mudou
para a cidade, foi então que Silvio resolveu vir morar em Beltrão e eles se
casaram. Neste tempo ele regia os corais municipais infantil, adulto e da
terceira Idade e continuava na Thespis. Aqui em Beltrão Silvio veio trabalhar
no Departamento de Cultura como técnico de Som e Luz do Teatro Eunice Satori,
já fazem sete anos e há dois anos trabalhando novamente com o amigo Mazzetto. “Muitas
pessoas não fazem ideia da importância da iluminação e sonoplastia nas
apresentações artísticas, é preciso saber usar a luz certa e o som
correspondente para cada tipo de espetáculo. Os bastidores das apresentações
são muito importantes para garantir o sucesso da apresentação. No decorrer da
minha vida tive grandes mestres em várias áreas artísticas, agradeço a cada um
dele pelo aprendizado”, comenta Silvio.
Silvio conta que trabalhalhou em outras áreas, como
na APAE na área administrativa, por exemplo, mas o mundo artístico é muito
fascinante e ele acabou retornando. “As pessoas precisam ser verdadeiras em
tudo que fazem, qualquer coisa que for fazer deve ser feito com dedicação. Um
dos segredos do sucesso é ter humildade e foco, independente da profissão, eu
amo meu trabalho”, finaliza Silvio.
Produção de texto: July Ioris