PRISCILA BIBIANO TEM AMOR PELO CIRCO
Priscila Bibiano nasceu no dia 09 de junho de 1991
em Pérola do Oeste PR. Filha de Vera Terezinha Bibiano e Jorge Luiz Almeida,
casada com Gerson Ferreira e mãe de Victor. Priscila tem formação em Magistério
e Educação Física, é Maquiadora, Diretora Ensaiadora de Artes Circenses, Contorcionistas,
Acrobata e Palhaço.
Quando Priscila tinha seis anos de idade o avô
Milton se mudou para o Rio Grande do Sul, seu Milton e toda a família foram morar
na cidade de Parobé. Logo que chegou lá Priscila começou a freqüentar a oficina
de circo. A primeira lição foi de contorcionismo, a professora ficou admirada
com a flexibilidade da aluna. “Eu gostava muito da oficina, adorei
contorcionismo, fora das aulas vivia pendurada em árvores de cabeça para baixo.
Cada horário tinha uma atividade diferente, e aos poucos eu já fazia
equilibrismo, na seqüência fiz aéreos, tecido, lira, trapézio, participei de
diversas modalidades circenses e amava tudo”, relata Priscila.
Mais tarde a família se mudou para o interior e a
menina não tinha como freqüentar a oficina de circo, para estudar Pri andava
cerca de dois quilômetros até a escola que era longe do local onde aconteciam
as oficinas de circo. Ela precisou parar com as aulas, mas sempre treinava em
casa e aos poucos os colegas da nova escola começaram se interessar pelas
piruetas, cambalhotas, estrelinhas que Priscila fazia. Ela começou ensinar os
amigos as lições que havia aprendido na oficina de circo, assim nascia uma
futura professora. “Era tudo muito simples, não tínhamos equipamentos,
brincávamos no pátio da escola, subíamos em árvores, eu ensinava o que aprendi
e treinava com os amigos, era muito gostoso, sinto muita saudade daquele
tempo”, lembra Pri.
Aos 15 anos ela foi fazer magistério e com 17 já
morando em Francisco Beltrão concluiu os estudos no Colégio Estadual Mário de
Andrade. Dona Vera, mãe de Priscila era professora e a avó dona Enoemia sonhava
que ela seguisse a profissão da mãe. Quando
terminou o magistério foi convidada pelo professor Wagno da Silva para
ministrar oficinas de artesanato na Escola Oficina Adeliria Meurer. Lá Priscila
ensinava diversas áreas do artesanato para crianças e adolescentes. Por lá ela
permaneceu por dois anos e conheceu o professor de artes circenses Rulli Santos
que a convidou para treinar junto com os alunos da Escola Oficina.
“Depois de tantos anos eu voltei a treinar, todos os
sábados participava das oficinas junto com os alunos e numa mostra de circo que
a escola foi participar em Planalto fui acompanhar a turma. Lá eu conheci
Gerson que veio com a trupe que se apresentou na mostra. Conversamos alguns
dias pela internet e depois ele veio para Beltrão numa festa, então começamos
namorar. No começo tínhamos medo de minha avó, pois ela nunca tinha aceitado nenhum
namorado meu (risos), mas o Gerson foi aprovado”, conta a artista.
Depois de alguns meses Gerson assumiu a oficina de circo
da Escola Oficina substituindo o professor que foi embora de Beltrão. Eles
namoraram alguns meses e ela foi conhecer a família de Gerson. “Fui recebida
com muito carinho, era uma família grande, bem diferente da minha. Foi muito
bom conhecer uma estrutura familiar diferente do que eu estava acostumada. Eu
estava na faculdade e recebi muito incentivo de todos, quando engravidei e
precisei dar um tempo nos estudos todos me apoiaram e deram suporte”, ressalta
Pri.
Quando Victor tinha seis meses ela foi se
especializar para ajudar Gerson nas oficinas de circo. Logo depois retomou a
faculdade de Educação Física e se formou, acompanhava Gerson nas oficinas e foi
dar aulas de circo ao lado no esposo. Durante muito tempo os dois trinaram
alunos de várias cidades da região e em 2020 ela foi dar aula no CRAS em
Dionísio Cerqueira SC. Lá eram atendidas crianças e adolescentes em
vulnerabilidade social, em virtude da pandemia os atendimentos eram individuais
e Priscila usava técnicas dependendo das especificidades de cada aluno. “Alguns dos alunos eu procurei trabalhar
apenas atividades para eles ocuparem a cabeça, outros para gastar energia,
muitos deles precisavam de atenção, usei formas lúdicas para trabalhar arte
circense e preencher o tempo e o coração daqueles alunos. Na maioria das vezes
levei equipamentos meus para emprestar, e o sorriso deles, a alegria quando eles
conseguiam realizar uma modalidade, tudo isso me deixava emocionada, foi muito
gratificante trabalhar com aquelas pessoas”, conta emocionada a professora.
A artista de circo já participou de várias mostras
circenses em apresentação em Francisco Beltrão e no Sudoeste do Paraná. Ela
domina várias modalidades e também faz maquiagem social e artística. O
professor de oficina precisa entender de diversas modalidades para oferecer aos
alunos. Priscila conta que o momento mais emocionante da carreira foi quando
teve a oportunidade de assistir a apresentação “Ovo” do Circo de Soleil em São Paulo em 2019. Na oportunidade ela e Gerson puderam
apreciar as apresentações e aprender muita coisa, assim enriquecer suas
oficinas. Além disso, ela teve a oportunidade de conhecer Ingrid Guimarães que
ela tem muita admiração.
De todas as apresentações duas marcaram sua
carreira, a primeira foi um aniversário em Salgado Filho onde ela juntou toda a
trupe e realizaram um trabalho completo, com cenário, figurino, maquiagem e
vários artistas em cena, o tema da festinha era circo. O segundo momento foi a
participação da gravação do DVD da cantora infantil Julia Castro. “A arte
circense é muito importante para mim, recentemente recebi o convite de Marcos
Casuo que era do Circo de Soleil, para treinar aéreos com ele em São Paulo, mas
eu teria que ficar um tempo longe de Beltrão e da família. Ainda estou
estudando a possibilidade, porém no momento quero ficar perto da minha família.
Apesar de ser uma oportunidade maravilhosa, aqui eu também trabalho com o que
eu amo. A minha arte é tudo para mim, dela vem meu sustento, com ela mantenho a
minha família, por causa dela eu conheci o meu amor, eu amo circo eu não sei
viver sem a arte circense”, finaliza Priscila.
Produção de texto: July Ioris