XISTO JOSÉ DOS SANTOS COLECIONANDO MEMÓRIAS
Xisto José dos Santos nasceu
no dia 16 de março de 1939 em Xavantes São Paulo. Ele é filho de Maurício José
e Ana Maria dos Santos, casado com Lídia Pain dos Santos, pai de Cristina
Regina e Fábio Júnior, avô de Eduardo Henrique. Xisto foi motorista de caminhão
e ônibus e está aposentado há seis anos. Ele sempre gostou de música, é
sambista toca bateria e pandeiro.
Quando ele era criança
trabalhava como engraxate na rodoviária de Xavantes, um senhor que também
trabalhava de engraxate costumava tocar cavaquinho e Xisto ficava encantado com
o instrumento. O amigo incentivou Xisto a comprar um pandeiro e acompanha-lo
nas músicas. Xisto começou a tocar só de ouvir as músicas, nunca fez aulas, e
aos poucos já tocava bateria. Ele ensinou o filho tocar bateria e Fábio já
tocou em várias bandas.
No dia 20 de fevereiro de
1967 Xisto se mudou para Francisco Beltrão com um irmão. Ele já era motorista
de caminhão, trabalhava em transportadora, depois foi trabalhar numa empresa
que prestava serviços para a Copel, lá ficou 10 anos e sempre tocava seu
pandeiro nos momentos de folga. Em 1989 prestou concurso para motorista da
prefeitura de Beltrão e trabalhou até se aposentar, nas viagens sempre ouvindo
música, nos momentos de folga tocando seu pandeiro. “Eu gostava de me reunir
com meus amigos sambistas, especialmente com o companheiro Átila de Freitas,
éramos um grupo de amigos que amava fazer samba e pagode”, enfatiza Xisto.
Sempre muito apaixonado por
música começou a comprar discos de vinil. Quando percebeu já tinha mais de 4
mil discos, ele sempre gostou de colecionar objetos especialmente antigos.
Muitas pessoas sabiam da paixão dele e começaram a fazer doações. Aos poucos
ele encheu a lavanderia de dona Lídia com discos e utensílios antigos, quando
não tinha mais espaço na lavanderia ele começou ocupar os espaços da sala de
jantar. “Quando eu percebi tinha muita coisa e precisamos tirar a sala de jantar
para guardar minhas coisas. Só discos tem mais de 4 mil,
fitas de vídeo mais de 1 mil, fitas cassete mais de 500, e por aí vai. Tenho
rádios, órgão, vitrolas, máquinas de costura, ferros, balanças, enfim objetos
de todos os tipos. Inclusive uma peteca que as vezes brinco com minha esposa. Pretendo
fazer um museu e colocar toda a minha coleção”, comenta Xisto.
Ele relata que começou
colecionar em 2002 e queria uma distração para quando parasse de viajar. A
coleção foi crescendo rapidamente e hoje Xisto não tem certeza de quantos
objetos fazem parte de sua coleção, mais de 10 mil. Além de discos de vinil,
objetos antigos ele coleciona suas invenções, ele fez uma réplica da sua caixa
de engraxate, vários tamanhos de bodoque, caminhões com objetos recicláveis e
até um avião. “A primeira viagem deste avião é para levar nosso querido
prefeito Cleber Fontana para Brasília, só estou aguardando a licença da Anac”,
brinca seu Xisto.
O sambista cuida de sua
coleção com carinho, fica horas limpando, organizando, arrumando cada peça com
amor, sempre na companhia da esposa Lídia, que ele chama de “minha princesa”,
um casamento que já dura 50 anos. E logo depois deste amor vem o amor pela
coleção e pela música. “Música é uma distração, ela me diverte, me alegra.
Quando me aposentei fiquei deprimido, mas o meu museu e a música que ajudaram a
ficar bem. A música me deixa feliz, me faz sonhar, alegra minha vida”, finaliza
Xisto.
Produção de texto: July Ioris
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