“Conhecendo o Artista como ele É”. PAULO ROBERTO MERÍSIO

PAULO ROBERTO MERÍSIO O GAITEIRO QUE AMA CHAMAMÉ 
Paulo Roberto Merisio nasceu em Francisco Beltrão no dia 16 de junho de 1981. Filho de Elpídio e Nilva Merisio, casado com Silvana Limberger e pai da Helena. Paulo é Farmacêutico formado pela UFPR, músico acordeonista e cantor.
Quando criança via seus irmãos mais velhos tocando e cantando junto com os tios e primos, com apenas quatro anos de idade começou se interessar pela música. A família costumava viajar para o Rio Grande do Sul e sempre havia cantoria, e ele também queria fazer parte disso. Com cinco anos foi estudar no Conservatório Musical de Francisco Beltrão. Seus irmãos estudaram lá também. Começou no piano com a professora Lurdes Santos e com seis anos passou a fazer aulas de acordeom. “Eu via meu primo João Miguel tocando gaita e achava muito bonito, queria tocar igual ele”, conta Paulo.
Depois de um tempo parou de frequentar as aulas, e ficou afastado da música até que, em Francisco Beltrão, aconteceu um grande show do grupo de música gaúcha Os Serranos, então conheceu o Toco (Everton Dutra), irmão do seu grande ídolo Edson Dutra, e foi muito incentivado por ele à voltar para o acordeon. Paulo lembra que Toco lhe disse: ‘Meu irmão toca acordeon, e você vai conhecer ele’. Nada mais era que o ídolo de Paulo, Edson também mostrou que Paulo deveria voltar para música e ainda lhe disse que em uma próxima vez que os Serranos viessem tocar, convidaria Paulo para tocar uma música com eles. Então voltou a estudar com músico Antonio Araí. “Neste dia eu descobri o que eu queria para o futuro, eu queria tocar igual ao meu ídolo Edson Dutra. Outro grande responsável pela minha inserção no mundo musical foi Luiz Nauzir Zibetti, que costumava me buscar para tocar nas mateadas na Praça, mesmo eu não sabendo quase nada. Acho que era mais pela amizade com meu pai, mas isso se tornou um vínculo muito forte, e tocamos muito tempo juntos," relata Merisio.
Aos 13 anos Paulo foi tocar com Ubirajara de Freitas na banda Paraná Blues, foi sua primeira banda e eles faziam shows e eventos pelo Sudoeste. Paralelo ao Paraná Blues ele também tocava no conjunto Herdeiros do Pampa. Tocou durante três anos e depois foi estudar em Curitiba, fazia cursinho pré-vestibular e precisava trabalhar para ajudar nas despesas, desta forma começou tocar na banda do cursinho. Quando passou no vestibular da UFPR no curso de Farmácia começou a trabalhar na noite, como músico, como garçom e ai aprendeu a tocar violão para tocar em bares, o que fazia com frequência na capital paranaense.
 
No primeiro ano de faculdade teve uma greve e ele voltou para Beltrão e permaneceu alguns meses aqui e montaram o grupo Alma de Campo, tocavam em eventos e festas. No segundo ano da faculdade foi convidado para tocar no grupo de bailes e fandangos Fogo Nativo. Na mesma época ele fazia freelance de gaiteiro em outras bandas e grupos da capital e do Rio Grande do Sul, chegando a tocar algumas vezes com os Garotos de Ouro.
Mas Paulo não estava satisfeito e resolveu fazer aulas de acordeom com o professor Acioly Machado, que era uma referência e indicou o aluno para muitos trabalhos. O próprio Acioly, quem Paulo lembra com carinho, lhe indicou caminhos para continuar sozinho como auto didata, pois via um potencial grande e um estilo diferente nesse novo gaiteiro. Seguiu então estudando sozinho, mas buscando ensinamentos de outros professores como Adelar Bertussi.
Depois de formado Paulo se tornou professor universitário da Unipar e da Fag de Cascavel. Nesse mesmo tempo um grande amigo Atahualpa Maica vem para Beltrão e começam a tocar juntos. Não demorou muito para se entreverarem com Marcos Willian e Vinícius Urbano e montarem um grupo que, segundo Paulo, foi um grupo diferenciado, com chances de levar o nome do município a outros pagos, o Grupo Paraná, que existe até hoje. Em 2010 se mudou para Cascavel e logo depois para Toledo, decidiu entrar em carreira solo com Paulo Merisio e Grupo e começou a tocar sua grande paixão que é o Chamamé. Faziam shows e bailes pelo sul do país, mas também no Mato Grosso do Sul e Argentina. Tocaram na Semana Farroupilha e em 2018 abriram o show do Trio parada Dura em Francisco Beltrão.
Em 2019 Paulo fez um pedido ao prefeito Cleber Fontana para apresentar um projeto familiar. Foi o primeiro show dos Irmãos Merisio. “Este era um sonho de meu pai, ver os irmãos tocando juntos em Francisco Beltrão e realizado agora, nove anos depois de sua partida”, diz Paulo.
 
Gravou seu primeiro CD quando terminou os estudos em Curitiba, com músicas que compôs durante a faculdade. Depois gravou mais quatro CDs, inclusive o mais recente um trabalho dedicado exclusivamente ao estilo que mais gosta: 100% Chamamé. Teve a participação em vários CDs inclusive do Paraná Blues. Está sempre estudando e se aprimorando. Tem mais de 20 acordeons em sua casa e é reconhecido como um dos maiores conhecedores deste instrumento.
Mesmo depois de sofrer vários acidentes na mão direita não desistiu de tocar. Uma vez teve um acidente de cavalo, outra vez caiu do palco, mesmo assim seguiu em frente. Além de tocar gaita e cantar desde a adolescência Paulo gostava de assistir Osmar Ribeiro trovar ia aos concursos e admirava também o trabalho de Crioulo Batista como trovador. Durante as cavalgadas que participava começou a ser incentivado a fazer trovas. “Eu gostava de trovas e resolvi participar dos concursos, e depois tive o propósito de incentivar meu irmão Julio e ele saiu melhor que a encomenda”, enfatiza Merisio.
Paulo ouve vários estilos musicais do Rock ao Clássico e gosta muito de Alan Jackson, Almir Sater, Astor Piazzolla. Costuma ouvir um pouco de tudo e gosta de tirar trilhas de filmes e tocar. “Quando falo que ouço Rock algumas pessoas acham graça, mas eu comecei no Rock com o Bira, eu me inspiro também no Almir Sater, ele provoca emoções e sentimentos através de suas músicas”, comenta Paulo.
Durante a pandemia Os Irmãos Merisio fizeram algumas lives solidárias para arrecadar alimentos e ajudar as pessoas. “Eu penso que é preciso ajudar as pessoas, eu sempre tive outra profissão e nunca dependi só da música para viver, mas tem muitas pessoas que dependem da música ou da arte de maneira geral e estão passando por dificuldades neste momento. A arte sempre foi deixada de lado em nosso país, é preciso valorizar os artistas locais devemos nos unir e ajudar a classe artística”, fala Merísio.
“Já pensei em abandonar a arte pelo fato da música não ser valorizada, mas não me vejo sem um acordeom, eu respiro música, todos os dias eu toco. No meu escritório tem um computador no centro da mesa, um microscópio num lado e uma gaita e o violão do outro lado”, finaliza Paulo.

  

Produção de texto: July Ioris

Projeto Conhecendo o artista como ele é.

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