ALINE CRISTINA KRUPKOSKI AIEX
Aline Cristina Krupkoski Aiex nasceu no dia 11 de junho de 1986 em Francisco Beltrão. Filha de Alésio Krupkoski e Maria Nelli Montagna, casada com Tony Aiex. Aline é arquiteta, artesã, fotógrafa e artista plástica.
Quando Aline tinha apenas seis anos de idade começou a desenhar e pintar em pedaços de madeira com giz de cera, sendo que ela via o pai desenhando e copiava os desenhos, mas como costuma dizer, “era coisa de criança”. Aos oito anos de idade, quando foi estudar no Colégio Glória, começou a cantar no coral e aprendeu a tocar flauta, também fez aulas de teclado e violão. Na mesma época participava do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Recordando os Pagos e começou a dançar, cantar e também a declamar. Participou do concurso primeira prenda do CTG por duas vezes. Para ser escolhida a 1ª Prenda, aprendeu com a avó a cozinhar e fazer artesanatos como bordados, costura e tapeçaria.
No ano de 2001 decidiu aprender a tocar contrabaixo e em 2002 passou a fazer parte da banda de rock “Lazy Chickens”, uma das primeiras da cidade formada por maioria feminina, Aline, Rosa (guitarrista) e Amanda (vocalista e guitarrista) tocavam com o acompanhamento de Pablo (baterista). A banda durou um pouco mais de um ano e elas tocaram em vários eventos na cidade, mas em 2003 a banda parou e ela foi estudar em Curitiba. Naquele momento ela deixou a arte de lado para se dedicar à faculdade de arquitetura e posteriormente à profissão. “Eu parei com tudo: música, dança, artesanato, larguei tudo para me dedicar somente à arquitetura e nem desenhava, inclusive achava muito chato desenhar”, comenta Aline.
Em 2011 conheceu Tony, que tem um dos maiores sites de notícias de músicas e entretenimento do Brasil chamado “Tenho Mais Discos Que Amigos!”, que fala sobre música, cultura pop, tv e cinema, e Aline voltou a se interessar por música, mas desta vez participando dos bastidores. Começou a fotografar eventos de música e virou a fotógrafa do TMDQA. Juntos viajaram por muitos lugares acompanhando festivais nacionais e internacionais, fotografando festivais como Lollapalooza, Riot Fest, Coachella entre outros.
Em 2017 era a presidente da Câmara da Mulher Empreendedora de Francisco Beltrão, participava do Rotary Club, trabalhava em seu escritório de arquitetura e conciliava a profissão com as viagens com o marido e os trabalhos de fotografia. Sempre muito ativa e criativa ela tinha muito trabalho e pouco tempo livre, mas Aline percebeu que faltava alguma coisa para preencher sua vida. “Fui comprar um bolo numa confeitaria e vi alguns quadros expostos na parede, gostei e pensei em me arriscar na pintura. Entrei em contato com a professora Ivonete Medeiros e comecei o curso. Pintar mulheres não foi uma escolha, foi natural, e após poucas aulas já me arrisquei e fiz uma representação da Frida Kahlo. A música faz parte da minha rotina desde sempre e há algum tempo comecei uma série autoral onde eu represento mulheres que me influenciaram de alguma maneira através da música”, conta Aline.
Assim surgiu uma série de pinturas em que ela representa mulheres como Elza Soares, Rita Lee, Kathleen Hanna (ativista e vocalista das bandas Bikini Kill e Le Tigre), Laura Jane Grace (vocalista do Against Me!) e também Karen O (vocalista do Yeah Yeah Yeahs!). Esse quadro foi pintado a partir de uma foto sua tirada no festival Coachella nos Estados Unidos em 2013 de Karen no palco. “É uma foto que representa muito pra mim, foi meu primeiro festival internacional como imprensa e ver de perto uma das mulheres que eu mais ouvi na minha adolescência foi simplesmente incrível. Quis eternizar esse momento em um quadro”, enfatiza a artista plástica.
Em 2013 Aline perdeu seu pai que estava lutando contra um linfoma e mais uma vez a pintura cumpriu o seu papel. “Éramos muito ligados e foi um baque pra mim. Perdi meu chão, continua sendo muito difícil, mas algumas datas são piores. Muitos anos depois me peguei desenhando novamente em um pedaço de madeira. Desenhar na madeira me trouxe de volta à minha infância e acreditem lembrei disso somente depois que havia iniciado e então tudo fez ainda mais sentido. Consegui representar exatamente tudo que eu queria com essa pintura”, emocionada relata Aline.
A pintura começou como um hobby, um escape da tensão e da rotina do escritório e se tornou uma grande paixão. “A pintura me ensinou que é preciso confiar no processo, um trabalho assim como um quadro tem as três fases e é preciso acreditar que vai valer a pena. No início é empolgante e parece que vai ficar lindo, porém quando chega ao meio dá à impressão de que está horrível e nada vai dar certo, muitas vezes temos vontade de desistir, chorar, mas no final, quando fica pronto, fica exatamente como deveria”, diz a artista plástica.
Aline sempre está em busca melhorar o seu trabalho, na arquitetura fez duas especializações: uma em projetos arquitetônicos e outra em interiores e iluminação. Na arte não poderia ser diferente, e ela está fazendo constantemente cursos online de bordado, pintura e crochê. Em 2019 fez um workshop de Graffiti e outro de Muralismo em São Paulo, ambos com o intuito de aprender novas técnicas para incorporar no seu trabalho. Os trabalhos de Aline já estiveram em exposições e costuma inspirar muitas pessoas, ela voltou a fazer artesanato e muitas mulheres se inspiraram nela para fazer o mesmo. “A arte apresenta inúmeras possibilidades e isso que mais me cativa. Testar materiais, juntar coisas que aparentemente não fazem sentido, criar sem ter medo de dar errado”, fala Aline.
Com o passar dos anos a dimensão das telas foi aumentando e ela começou a mirar paredes e muros. O Muralismo virou sua nova paixão e objetivo no campo da arte. “Faz tempo que eu sonhava em fazer um mural em um local com acesso à rua, mas sempre ia adiando, em uma das visitas rotineiras do Seu Sebastião conversamos a respeito e ele prontamente se ofereceu para me ajudar. Isso foi a faísca que faltava, minha mãe sem pensar duas vezes, na hora que contei a ideia, me incentivou a começar no outro dia, liberou o muro lateral da nossa loja e ainda comprou a tinta. Eu já falei que tenho muita sorte né! Isso era uma quinta-feira, na sexta preparamos o fundo e no sábado iniciamos! Em tantos anos de carreira e nos 86 de vida esse foi o primeiro mural do Bastião (mural artístico segundo ele, os outros milhares de trabalhos eram sempre a trabalho, representando logos e slogans). Vocês entendem o peso disso? Foi uma troca de experiências muito importante para a minha arte e para a vida, quero pintar outros muros com ele. Ver a força e a vontade de viver do Bastião me emociona”, conta Aline.
Aline sempre foi muito ativa e com criatividade muito grande, apesar de ser tímida, inspira muitas pessoas e recebe elogios pelos trabalhos realizados. “Muitas pessoas me perguntam como que eu consigo fazer tantas coisas, conciliando trabalho e as atividades artísticas, e eu costumo dizer que tudo é uma questão de prioridade, precisamos fazer o que realmente é importante. Comecei a me dedicar à arte e além de me ajudar no trabalho de arquiteta, ela me faz bem. A arte ressignificou minha vida, e agora eu posso expressar meus sentimentos através dela, pois na arte não existe certo ou errado. A pintura mudou a minha vida. Pintar é uma das formas que descobri para fazer com que a luz que existe dentro de mim ilumine outros olhos,” finaliza Aline.
Produção de texto: July Ioris
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