“Conhecendo o Artista como ele É”. PAULO ROBERTO MERÍSIO

PAULO ROBERTO MERÍSIO O GAITEIRO QUE AMA CHAMAMÉ 
Paulo Roberto Merisio nasceu em Francisco Beltrão no dia 16 de junho de 1981. Filho de Elpídio e Nilva Merisio, casado com Silvana Limberger e pai da Helena. Paulo é Farmacêutico formado pela UFPR, músico acordeonista e cantor.
Quando criança via seus irmãos mais velhos tocando e cantando junto com os tios e primos, com apenas quatro anos de idade começou se interessar pela música. A família costumava viajar para o Rio Grande do Sul e sempre havia cantoria, e ele também queria fazer parte disso. Com cinco anos foi estudar no Conservatório Musical de Francisco Beltrão. Seus irmãos estudaram lá também. Começou no piano com a professora Lurdes Santos e com seis anos passou a fazer aulas de acordeom. “Eu via meu primo João Miguel tocando gaita e achava muito bonito, queria tocar igual ele”, conta Paulo.
Depois de um tempo parou de frequentar as aulas, e ficou afastado da música até que, em Francisco Beltrão, aconteceu um grande show do grupo de música gaúcha Os Serranos, então conheceu o Toco (Everton Dutra), irmão do seu grande ídolo Edson Dutra, e foi muito incentivado por ele à voltar para o acordeon. Paulo lembra que Toco lhe disse: ‘Meu irmão toca acordeon, e você vai conhecer ele’. Nada mais era que o ídolo de Paulo, Edson também mostrou que Paulo deveria voltar para música e ainda lhe disse que em uma próxima vez que os Serranos viessem tocar, convidaria Paulo para tocar uma música com eles. Então voltou a estudar com músico Antonio Araí. “Neste dia eu descobri o que eu queria para o futuro, eu queria tocar igual ao meu ídolo Edson Dutra. Outro grande responsável pela minha inserção no mundo musical foi Luiz Nauzir Zibetti, que costumava me buscar para tocar nas mateadas na Praça, mesmo eu não sabendo quase nada. Acho que era mais pela amizade com meu pai, mas isso se tornou um vínculo muito forte, e tocamos muito tempo juntos," relata Merisio.
Aos 13 anos Paulo foi tocar com Ubirajara de Freitas na banda Paraná Blues, foi sua primeira banda e eles faziam shows e eventos pelo Sudoeste. Paralelo ao Paraná Blues ele também tocava no conjunto Herdeiros do Pampa. Tocou durante três anos e depois foi estudar em Curitiba, fazia cursinho pré-vestibular e precisava trabalhar para ajudar nas despesas, desta forma começou tocar na banda do cursinho. Quando passou no vestibular da UFPR no curso de Farmácia começou a trabalhar na noite, como músico, como garçom e ai aprendeu a tocar violão para tocar em bares, o que fazia com frequência na capital paranaense.
 
No primeiro ano de faculdade teve uma greve e ele voltou para Beltrão e permaneceu alguns meses aqui e montaram o grupo Alma de Campo, tocavam em eventos e festas. No segundo ano da faculdade foi convidado para tocar no grupo de bailes e fandangos Fogo Nativo. Na mesma época ele fazia freelance de gaiteiro em outras bandas e grupos da capital e do Rio Grande do Sul, chegando a tocar algumas vezes com os Garotos de Ouro.
Mas Paulo não estava satisfeito e resolveu fazer aulas de acordeom com o professor Acioly Machado, que era uma referência e indicou o aluno para muitos trabalhos. O próprio Acioly, quem Paulo lembra com carinho, lhe indicou caminhos para continuar sozinho como auto didata, pois via um potencial grande e um estilo diferente nesse novo gaiteiro. Seguiu então estudando sozinho, mas buscando ensinamentos de outros professores como Adelar Bertussi.
Depois de formado Paulo se tornou professor universitário da Unipar e da Fag de Cascavel. Nesse mesmo tempo um grande amigo Atahualpa Maica vem para Beltrão e começam a tocar juntos. Não demorou muito para se entreverarem com Marcos Willian e Vinícius Urbano e montarem um grupo que, segundo Paulo, foi um grupo diferenciado, com chances de levar o nome do município a outros pagos, o Grupo Paraná, que existe até hoje. Em 2010 se mudou para Cascavel e logo depois para Toledo, decidiu entrar em carreira solo com Paulo Merisio e Grupo e começou a tocar sua grande paixão que é o Chamamé. Faziam shows e bailes pelo sul do país, mas também no Mato Grosso do Sul e Argentina. Tocaram na Semana Farroupilha e em 2018 abriram o show do Trio parada Dura em Francisco Beltrão.
Em 2019 Paulo fez um pedido ao prefeito Cleber Fontana para apresentar um projeto familiar. Foi o primeiro show dos Irmãos Merisio. “Este era um sonho de meu pai, ver os irmãos tocando juntos em Francisco Beltrão e realizado agora, nove anos depois de sua partida”, diz Paulo.
 
Gravou seu primeiro CD quando terminou os estudos em Curitiba, com músicas que compôs durante a faculdade. Depois gravou mais quatro CDs, inclusive o mais recente um trabalho dedicado exclusivamente ao estilo que mais gosta: 100% Chamamé. Teve a participação em vários CDs inclusive do Paraná Blues. Está sempre estudando e se aprimorando. Tem mais de 20 acordeons em sua casa e é reconhecido como um dos maiores conhecedores deste instrumento.
Mesmo depois de sofrer vários acidentes na mão direita não desistiu de tocar. Uma vez teve um acidente de cavalo, outra vez caiu do palco, mesmo assim seguiu em frente. Além de tocar gaita e cantar desde a adolescência Paulo gostava de assistir Osmar Ribeiro trovar ia aos concursos e admirava também o trabalho de Crioulo Batista como trovador. Durante as cavalgadas que participava começou a ser incentivado a fazer trovas. “Eu gostava de trovas e resolvi participar dos concursos, e depois tive o propósito de incentivar meu irmão Julio e ele saiu melhor que a encomenda”, enfatiza Merisio.
Paulo ouve vários estilos musicais do Rock ao Clássico e gosta muito de Alan Jackson, Almir Sater, Astor Piazzolla. Costuma ouvir um pouco de tudo e gosta de tirar trilhas de filmes e tocar. “Quando falo que ouço Rock algumas pessoas acham graça, mas eu comecei no Rock com o Bira, eu me inspiro também no Almir Sater, ele provoca emoções e sentimentos através de suas músicas”, comenta Paulo.
Durante a pandemia Os Irmãos Merisio fizeram algumas lives solidárias para arrecadar alimentos e ajudar as pessoas. “Eu penso que é preciso ajudar as pessoas, eu sempre tive outra profissão e nunca dependi só da música para viver, mas tem muitas pessoas que dependem da música ou da arte de maneira geral e estão passando por dificuldades neste momento. A arte sempre foi deixada de lado em nosso país, é preciso valorizar os artistas locais devemos nos unir e ajudar a classe artística”, fala Merísio.
“Já pensei em abandonar a arte pelo fato da música não ser valorizada, mas não me vejo sem um acordeom, eu respiro música, todos os dias eu toco. No meu escritório tem um computador no centro da mesa, um microscópio num lado e uma gaita e o violão do outro lado”, finaliza Paulo.

  

Produção de texto: July Ioris

Projeto Conhecendo o artista como ele é.

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“Conhecendo o Artista como ele É”. ALINE CRISTINA KRUPKOSKI AIEX

 ALINE CRISTINA KRUPKOSKI AIEX 

 

Aline Cristina Krupkoski Aiex nasceu no dia 11 de junho de 1986 em Francisco Beltrão. Filha de Alésio Krupkoski e Maria Nelli Montagna, casada com Tony Aiex. Aline é arquiteta, artesã, fotógrafa e artista plástica.

Quando Aline tinha apenas seis anos de idade começou a desenhar e pintar em pedaços de madeira com giz de cera, sendo que ela via o pai desenhando e copiava os desenhos, mas como costuma dizer, “era coisa de criança”. Aos oito anos de idade, quando foi estudar no Colégio Glória, começou a cantar no coral e aprendeu a tocar flauta, também fez aulas de teclado e violão. Na mesma época participava do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Recordando os Pagos e começou a dançar, cantar e também a declamar. Participou do concurso primeira prenda do CTG por duas vezes. Para ser escolhida a 1ª Prenda, aprendeu com a avó a cozinhar e fazer artesanatos como bordados, costura e tapeçaria. 

No ano de 2001 decidiu aprender a tocar contrabaixo e em 2002 passou a fazer parte da banda de rock “Lazy Chickens”, uma das primeiras da cidade formada por maioria feminina, Aline, Rosa (guitarrista) e Amanda (vocalista e guitarrista) tocavam com o acompanhamento de Pablo (baterista). A banda durou um pouco mais de um ano e elas tocaram em vários eventos na cidade, mas em 2003 a banda parou e ela foi estudar em Curitiba. Naquele momento ela deixou a arte de lado para se dedicar à faculdade de arquitetura e posteriormente à profissão. “Eu parei com tudo: música, dança, artesanato, larguei tudo para me dedicar somente à arquitetura e nem desenhava, inclusive achava muito chato desenhar”, comenta Aline.

Em 2011 conheceu Tony, que tem um dos maiores sites de notícias de músicas e entretenimento do Brasil chamado “Tenho Mais Discos Que Amigos!”, que fala sobre música, cultura pop, tv e cinema, e Aline voltou a se interessar por música, mas desta vez participando dos bastidores. Começou a fotografar eventos de música e virou a fotógrafa do TMDQA. Juntos viajaram por muitos lugares acompanhando festivais nacionais e internacionais, fotografando festivais como Lollapalooza, Riot Fest, Coachella entre outros.

Em 2017 era a presidente da Câmara da Mulher Empreendedora de Francisco Beltrão, participava do Rotary Club, trabalhava em seu escritório de arquitetura e conciliava a profissão com as viagens com o marido e os trabalhos de fotografia. Sempre muito ativa e criativa ela tinha muito trabalho e pouco tempo livre, mas Aline percebeu que faltava alguma coisa para preencher sua vida. “Fui comprar um bolo numa confeitaria e vi alguns quadros expostos na parede, gostei e pensei em me arriscar na pintura. Entrei em contato com a professora Ivonete Medeiros e comecei o curso. Pintar mulheres não foi uma escolha, foi natural, e após poucas aulas já me arrisquei e fiz uma representação da Frida Kahlo. A música faz parte da minha rotina desde sempre e há algum tempo comecei uma série autoral onde eu represento mulheres que me influenciaram de alguma maneira através da música”, conta Aline.

Assim surgiu uma série de pinturas em que ela representa mulheres como Elza Soares, Rita Lee, Kathleen Hanna (ativista e vocalista das bandas Bikini Kill e Le Tigre), Laura Jane Grace (vocalista do Against Me!) e também Karen O (vocalista do Yeah Yeah Yeahs!). Esse quadro foi pintado a partir de uma foto sua tirada no festival Coachella nos Estados Unidos em 2013 de Karen no palco. “É uma foto que representa muito pra mim, foi meu primeiro festival internacional como imprensa e ver de perto uma das mulheres que eu mais ouvi na minha adolescência foi simplesmente incrível. Quis eternizar esse momento em um quadro”, enfatiza a artista plástica.

Em 2013 Aline perdeu seu pai que estava lutando contra um linfoma e mais uma vez a pintura cumpriu o seu papel. “Éramos muito ligados e foi um baque pra mim. Perdi meu chão, continua sendo muito difícil, mas algumas datas são piores. Muitos anos depois me peguei desenhando novamente em um pedaço de madeira. Desenhar na madeira me trouxe de volta à minha infância e acreditem lembrei disso somente depois que havia iniciado e então tudo fez ainda mais sentido. Consegui representar exatamente tudo que eu queria com essa pintura”, emocionada relata Aline.

A pintura começou como um hobby, um escape da tensão e da rotina do escritório e se tornou uma grande paixão. “A pintura me ensinou que é preciso confiar no processo, um trabalho assim como um quadro tem as três fases e é preciso acreditar que vai valer a pena. No início é empolgante e parece que vai ficar lindo, porém quando chega ao meio dá à impressão de que está horrível e nada vai dar certo, muitas vezes temos vontade de desistir, chorar, mas no final, quando fica pronto, fica exatamente como deveria”, diz a artista plástica.

Aline sempre está em busca melhorar o seu trabalho, na arquitetura fez duas especializações: uma em projetos arquitetônicos e outra em interiores e iluminação. Na arte não poderia ser diferente, e ela está fazendo constantemente cursos online de bordado, pintura e crochê. Em 2019 fez um workshop de Graffiti e outro de Muralismo em São Paulo, ambos com o intuito de aprender novas técnicas para incorporar no seu trabalho. Os trabalhos de Aline já estiveram em exposições e costuma inspirar muitas pessoas, ela voltou a fazer artesanato e muitas mulheres se inspiraram nela para fazer o mesmo. “A arte apresenta inúmeras possibilidades e isso que mais me cativa. Testar materiais, juntar coisas que aparentemente não fazem sentido, criar sem ter medo de dar errado”, fala Aline.

Com o passar dos anos a dimensão das telas foi aumentando e ela começou a mirar paredes e muros. O Muralismo virou sua nova paixão e objetivo no campo da arte. “Faz tempo que eu sonhava em fazer um mural em um local com acesso à rua, mas sempre ia adiando, em uma das visitas rotineiras do Seu Sebastião conversamos a respeito e ele prontamente se ofereceu para me ajudar. Isso foi a faísca que faltava, minha mãe sem pensar duas vezes, na hora que contei a ideia, me incentivou a começar no outro dia, liberou o muro lateral da nossa loja e ainda comprou a tinta. Eu já falei que tenho muita sorte né! Isso era uma quinta-feira, na sexta preparamos o fundo e no sábado iniciamos! Em tantos anos de carreira e nos 86 de vida esse foi o primeiro mural do Bastião (mural artístico segundo ele, os outros milhares de trabalhos eram sempre a trabalho, representando logos e slogans). Vocês entendem o peso disso? Foi uma troca de experiências muito importante para a minha arte e para a vida, quero pintar outros muros com ele. Ver a força e a vontade de viver do Bastião me emociona”, conta Aline.

Aline sempre foi muito ativa e com criatividade muito grande, apesar de ser tímida, inspira muitas pessoas e recebe elogios pelos trabalhos realizados. “Muitas pessoas me perguntam como que eu consigo fazer tantas coisas, conciliando trabalho e as atividades artísticas, e eu costumo dizer que tudo é uma questão de prioridade, precisamos fazer o que realmente é importante. Comecei a me dedicar à arte e além de me ajudar no trabalho de arquiteta, ela me faz bem. A arte ressignificou minha vida, e agora eu posso expressar meus sentimentos através dela, pois na arte não existe certo ou errado. A pintura mudou a minha vida. Pintar é uma das formas que descobri para fazer com que a luz que existe dentro de mim ilumine outros olhos,” finaliza Aline.

Produção de texto: July Ioris

Projeto Conhecendo o artista como ele é.

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“Conhecendo o Artista como ele É”. MIRTES THERESINHA AZZOLINI

MIRTES THERESINHA AZZOLINI 61 ANOS DE CARREIRA NA MÚSICA

Mirtes Theresinha Azzolini nasceu em Encantado no RS no dia 20 de fevereiro de 1951. Filha de João Azzolini e Pierina Maria Frare Azzolini, casada com Constantino Bonaldo ela é mãe de Vlademir José e Aglaé Mirtes, avó Francielle Aglaé. Mirtes é cantora há 61 anos, locutora da rádio há 37 anos e atualmente faz parte do Clube da Viola.

Seu João e dona Pierina cantavam na Igreja quando moravam no Rio Grande do Sul, quando Mirtes tinha apenas dois anos de idade a família se mudou para Anchieta em SC e os pais continuaram cantando na Igreja da cidade. Mirtes ouvia as músicas no rádio e tinha muita facilidade para decorar, com apenas oito anos ela era convidada para cantar no alto-falante do cinema de Anchieta onde seus irmãos a acompanhavam tocando violão. Logo depois começaram a participar de serenatas e reuniões dançantes, Mirtes cantava sempre sem usar microfone.

Aos 12 anos de idade ela se apresentou pela primeira vez em um palco, seus irmãos tocavam e ela cantava ainda sem usar microfone, pois eles ainda não tinham instrumentos eletrônicos e os bailes eram iluminados por candeeiros e lampiões. “Era tudo muito diferente, as pessoas dançavam e levantava um poeirão eu seguia cantando a noite toda foi um tempo divertido e tivemos muitos momentos engraçados. Eu cantava durante horas e o povo ia dançando e no final da noite as aventuras continuavam para voltar para nossa cidade. Fatos curiosos como uma vez que voltávamos de um baile em Romelândia num Jeep e ficamos sem luz, fomos até Anchieta somente com a luz da lua”, lembra rindo Mirtes.

No ano de 1966, com 14 anos ela cantou pela primeira vez usando microfone, o conjunto passou a tocar com instrumentos eletrônicos. Nesta época ela conheceu o primeiro esposo, João Padilha que fazia parte do conjunto musical Los Apaches de Porto Alegre. Ela aprendeu muito de música com o esposo João. Ele acabou saindo grupo e foi tocar no conjunto dela, seu conjunto já tinha mudado de nome algumas vezes, primeiro foi “Mirtes e seu Conjunto” depois mudou para “The Mirtes Music” e na época da Jovem Guarda “Mirtes and Boys”, eles faziam bailes em todo sul do Brasil. No ano de 1967 ela foi coroada a Rainha do Clube Atlético Floresta de Anchieta SC.

Alguns anos depois pararam com o conjunto e se mudaram para Chopinzinho no Paraná, Mirtes começou a participar de festivais, cantou muitos festivais durante alguns anos e recebeu vários prêmios. Depois em 1980, já separada de João, ela foi morar no Verê e cantou com o Musical Os Quentes do Sudoeste. Na sequência recebeu o convite para cantar no grupo “Os mensageiros da Querência”, ela cantava todos os estilos de música de baile. Na década de 80 o grupo passou a se chamar “Mirtes e os Mensageiros”, na época conheceu Constantino. Eles se casaram e Constantino resolveu montar um conjunto para Mirtes “Musical 2001”, eles cantavam em festivais e participaram de muitos programas de televisão.

Em 1985 ela se mudou para Francisco Beltrão e logo começou a cantar na Rádio Educadora e continuava cantando em bailes. Em 1996 começou se apresentar junto Caludir Urbano nas Invernadas Artísticas do CTG Recordando os Pagos, eles cantavam pelos rodeios em todo o estado e a Invernada dançava, receberam muitos prêmios. Em 2010 passou a fazer parte do Clube da Viola e participaram de muitos eventos culturais cantando com o Clube. Paralelo aos bailes, Mirtes trabalha há 37 anos como locutora de rádio, é chamada carinhosamente como rainha do rádio, ela já está na Rádio Vale FM do Verê há 23 anos e agora atua também na Rádio Cidade de Francisco Beltrão.

Em 2012 teve a oportunidade de cantar no mesmo palco que “O Trio Parada Dura” para um público de 40 mil pessoas, abrindo o show deles na Expobel em Francisco Beltrão. Em 2014 ela teve a oportunidade de cantar na Igreja Matriz de Putinga que era distrito de Encantado, sua cidade natal, num encontro da Família Azzolini. “Eu não sei o que seria da minha vida sem a música, poucas pessoas sabem que eu sofri a vida toda de fortes enxaquecas, desde muito pequena, não pude estudar por causa da dor, porém sempre cantei, mesmo sentindo dores horríveis. A música me ajudou a superar as dores de cabeça e momentos difíceis da vida, ela me fez continuar. O amor que sinto pela música é algo muito emocionante, quando canto vivo intensamente a história daquela música.”, relata Mirtes.

Em 2015 veio o a realização de um grande sonho, seu CD com 22 sucessos inesquecíveis gravados pela voz de Mirtes, neste ano ela cantou no aniversário da cidade de Anchieta SC. Ela é autodidata, nunca fez aulas de canto e sempre teve muita facilidade de aprender ritmos e decorar letras, além disso, sempre se desafiou a aprender músicas novas e fazer belas apresentações nos palcos, costuma dizer que tudo que ela tem deve a música. “A música deu o sustento de minha família, com o dinheiro que ganhei comprei tudo o que eu precisava e sempre me vesti muito bem especialmente para subir nos palcos e me apresentar bonita para os meus fãs”, afirma Mirtes.

Ela diz que por mais que tenha sido comparada com muitas cantoras famosas nunca se inspirou em ninguém e sua motivação é o amor por sua arte. “A música é o alívio e o sofrimento dos apaixonados, ela nos faz sorrir e sofrer. Ela nos revela palavras que nossos lábios não podem falar, desperta o infinito. A música é a fala mágica que penetra nas fibras mais íntimas do nosso ser”, conclui Mirtes.

Produção de texto: July Ioris

Projeto Conhecendo o artista como ele é.

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“Conhecendo o Artista como ele É”. CALUDIR URBANO DA SILVA

CALUDIR URBANO DA SILVA
Caludir Urbano da Silva nasceu no dia 14 de setembro de 1965 em Dois Vizinhos. Filho de Meloni Urbano da Silva e Dalma Raimundo da Silva, casado com Odenir Dias Teixeira e pai de Marco Aurélio e Vinícius, avô de Vitor Mateus e Liz. Calunir é comunicador, tradicionalista e produtor artístico além de funcionário público do Estado do Paraná há 31 anos.
Caludir nasceu em Dois vizinhos, mas com poucos meses de vida a família se mudou para Francisco Beltrão, onde ele vive até hoje. Ele sempre gostou de ouvir músicas gaúchas e se interessava pelas tradições e costumes desde pequeno. Na adolescência estudou no Seminário de Padres e tinha pretensão de ser padre, nas folgas ficava ali pelo Centro de Tradições Gaúchas (CTG) conhecendo um pouco dos costumes dos tradicionalistas. Aos 22 anos quando saiu do Seminário conheceu sua esposa e começou a participar do CTG (Recordando os Pagos), eles começaram a participar dos eventos tradicionalistas e sua primeira bombacha foi um presente da esposa Odenir.
Vinícius era muito pequeno quando demonstrou interesse pelo acordem, Calunir deu muito incentivo para o filho, inclusive montou um grupo de música para Vinícius e os amigos se apresentarem em bailes e festas. Na mesma época Caludir passou a apresentar e cantar nas Invernadas Artísticas do CTG, ele precisou estudar as tradições e conhecer os costumes gaúchos para ter propriedade na hora de subir ao palco e apresentar. “Sempre apreciei a tradição, mas fui buscar conhecimento sobre o assunto, pois na hora de subir no palco e apresentar eu precisava ter propriedade do que estava falando”, diz Caludir.
Em 1998 foi trabalhar em Marmeleiro, já era concursado pela saúde do Estado desde os 22 anos quando saiu do Seminário. Em Marmeleiro foi trabalhar também com a invernada artística do CTG da cidade, ficou dois anos e retornou para Beltrão. No retorno assumiu a patronagem do CTG Recordando os Pagos e foi convidado para apresentar o Piquete Crioulo pois tinha vivência de cavalgadas, era conhecedor das tradições com os estudos que fez com Paixão Côrtes e tinha experiência das invernadas artísticas. “Quando fui patrão do CTG passamos por um período difícil, tive um grande desafio, pude contribuir durante um tempo e depois dei lugar para que outras pessoas pudessem dar continuidade aos trabalhos. Pois a vida é assim: é preciso assumir, plantar a semente e depois deixar os outros dando o giro e suas contribuições enquanto nós vamos plantar novas sementes”, enfatiza Urbano.
Na década de 90 ele começou a apresentar um programa de rádio com músicas tradicionalistas na rádio Princesa, sempre com músicas de vários locais do Rio Grande do Sul, Caludir tinha necessidade de mostrar para os ouvintes outras músicas e não apenas as conhecidas como músicas de fandango. Um tempo depois foi trabalhar em Santa Izabel do Oeste fazendo um programa semanal, ficou lá por pouco mais de um ano, sempre apresentando o melhor do nativismo. Paralelo aos trabalhos na Secretaria de Estado da Saúde e os programas nas rádios, ele continuava levando os filhos para fazer apresentações em rodeios, dando incentivo e ajudando na produção artística.
As festas em comemoração ao dia do Gaúcho eram realizadas separadamente, cada CTG tinha sua Semana Farroupilha e o Exército tinha uma festa também. No ano de 2004 Caludir juntamente com o Quartel e outros tradicionalistas foram desafiados a realizar a Semana Farroupilha da Integração, a festa aconteceu no Parque de Exposições Jayme Cannet Junior e reuniu tradicionalistas de todos os CTGs da cidade. “Precisávamos de apoio do poder público para continuar, durante muitos anos realizamos a festa como dava, mas em 20016 não aconteceu. Porém em 2017 quando o prefeito Cleber Fontana resolveu abraçar nossa causa foi possível voltar a realizar esta linda festa em conjunto. A Semana Farroupilha da Integração de Francisco Beltrão se tornou grande é uma das maiores fora do estado do Rio Grande do Sul”, comenta Urbano.
Além de comunicador de programa de música tradicionalista, produtor artístico, cantor de rodeios ao lado de Mirtes Azzolini, conhecedor da cultura gaúcha ele também foi um dos fundadores dos grupos de cavaleiros. “Nos organizamos e formamos uma associação, precisávamos de um local para guardar os cavalos, os cavaleiros foram aderindo ao grupo e cada vez tinha mais bicho e faltava um local para deixar os animais, surgiu a ideia de formar o grupo de cavalgada”, fala Urbano.
Ele fala que mesmo que tivesse sido padre nunca teria ficado longe das tradições gaúchas, pois nasceu com esse amor pelo tradicionalismo e não pode se imaginar longe disto. “A cultura gaúcha é muito diversificada, muito rica, a música tem suas influências, muitos instrumentos, eu sou apaixonado por tudo isso. Não sei como seria minha vida longe das tradições, sempre fui um curioso e procurei conhecer mais para levar aos ouvintes informações sobre o assunto”, conta Caludir.
Caludir passou pela rádio Educadora em Francisco Beltrão durante alguns meses e depois foi para a recém criada Rádio Comunitária Anawin, lá permaneceu seis anos trazendo música tradicionalista para os ouvintes. Quando a Onda Sul FM começou suas atividades recebeu o convite para apresentar um programa aos domingos de manhã. Ele esta na rádio já faz 11 anos e seu programa tem quatro horas de duração. “O programa ‘Potreiro de Guaxo’ tem um compromisso cultural com o ouvinte, neste programa eu trago música de qualidade, valorizando a tradição e resgatando as raízes da cultura gaúcha. Eu penso que quando você tem um pouquinho de conhecimento precisa repartir com as pessoas, se não, não adianta nada. Estudei bastante, busquei conhecer a tradição que eu gostava e procuro passar à diante para as novas gerações”, finaliza Caludir.

Produção de texto: July Ioris

Projeto Conhecendo o artista como ele é.

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GUILHERME LIMA - ATOR E INFLUENCER

  GUILHERME LIMA - ATOR E INFLUENCER Guilherme Antônio Pariz Lima nasceu no dia 02 de março de 1999 em Francisco Beltrão-PR, filho de Anto...